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INFORMAÇÕES:

MARISCO GIGANTE DE ÁGUA DOCE ou MEXILHÃO DE ÁGUA-DOCE
Anodontites trapesialis (Lamarck, 1819)

Filo: Moluscos
Classe: Bivalvia
Subclasse: Palaeoheterodonta
Ordem: Unionoida
Família Mycetopodidae


Foto: Germano Woehl Junior
Local: Entorno da RPPN Santuário Rã-bugio - Guaramirim – SC
Data: 28/07/2017


É a maior espécie de marisco (ou mexilhão) do Brasil. Apresenta uma fase larvar que durante um certo tempo atua como parasita em algumas espécies de peixes.

Hábitos
Habita os substratos de rios de água doce, córregos, riachos limpos e de águas rápidas com suas margens posteriores expostas. Bombeia água através de sua abertura obtendo oxigênio e filtrando o alimento da coluna de água. Esses mariscos possuem, como todos os moluscos bivalves, uma concha que consiste de duas partes que se articulam em conjunto, que pode ser fechada para proteger o corpo do animal. Como todos os moluscos, os mexilhões (ou mariscos) de água doce tem um pé muscular, o que permite seu movimento de forma lenta, assim como se enterrar no substrato do fundo dos rios onde habita. Mexilhões de água doce são alguns dos invertebrados de maior longevidade.

Reprodução
Possui um ciclo de vida único e complexo envolvendo uma fase larvar parasítica. Essa forma larvar costuma ser descrita como vermes parasíticos no peixe hospedeiro, entretanto, as larvas não são vermes e não são prejudiciais aos peixes em condições normais. A maioria das espécies de mexilhões de água doce tem os sexos separados (entretanto algumas espécies, como Elliptio complanata, são conhecidas por serem hermafrodítas). O esperma é ejaculado da cavidade envoltória através da abertura do macho e colocado dentro da cavidade envoltória da fêmea. Ovos fertilizados vão das gónadas até as guelras onde eles amadurecem e se transformam em glochidia, a primeira fase larvar. Glochidia maduros são liberados pela fêmea e então se unem as guelras, barbatanas ou escamas do peixe hospedeiro. Normalmente as larvas dos mexilhões de água doce possuem ganchos, que permitem ao indivíduo aderir ao peixe. Alguns mexilhões de água doce liberam sua glochidia em pacotes mucilaginosos chamados de conglutinados. O conglutinado possui um filamento pegajoso que permite fixar ao substrato e não ser levado pela correnteza. Também existe uma outra forma mais elaborada de dispersão conhecida como super-conglutinado. O super-conglutinado é semelhante à larva da mosca aquática ou as ovas de peixe. Quando um peixe o consome, ela se quebra, liberando a glochidia. Um cisto é rapidamente formado ao redor da glochidia e eles ficam no peixe por algumas semanas ou até meses antes de serem liberados como mexilhões de água doce jovens, os quais se enterram no sedimento.

Observações
A espécie se prolifera rapidamente em tanques de criação de peixes, o que gera preocupação para os piscicultores, que a consideram uma praga. Consegue se desenvolver bem em ambientes aquáticos até certo nível de poluição. Em ambientes aquáticos naturais é considerada importante para os ecossistemas, serve de alimento exclusivo para algumas espécies de aves como o saracurão (Aramus guarauna)  . Por isso é protegida pela legislação ambiental, tanto estadual como federal.


Agradecimentos especiais ao especialista, Geógrafo Aisur Ignacio Agudo Padrón, pela identificação, além de valiosas informações.

Referências
A. Ignacio Agudo-Padrón, 2014. New Occurrences of Freshwater Mussels/ Naiads and Other Mollusk Species in Fish Farms/ Dams of Santa Catarina State/ SC, Central Southern Brazil Region. The 2014 FMCS Workshop Mussel Studies and Regulatory Processes Associated with Dam Removal Projects, Portland, Maine, April 24 & 25, 2014---> pp. 23-25

A. Ignacio Agudo-Padrón,. 2005 Praga de bivalves límnicos em açudes


A. Ignacio Agudo-Padrón, 2007. Manejo e controle de pragas de bivalves “náiade” em açudes e viveiros piscicultores

A. Ignacio Agudo-Padrón, 2017. Moluscos na Condição de Pragas no Brasil

 
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