TAQUARA (florescida)
Merostachys multiramea

Família Poaceae
Subfamília: Bambusoideae
Tribo: Bambuseae

Foto: Germano Woehl Junior
Local: RPPN Corredeiras do Rio Itajaí - Itaiópolis - SC
Data: 14/10/2005


A taquara (Merostachys multiramea) é uma espécie de bambu que floresce a cada período entre 31 e 33 anos. Estas imagens da taquara florescida foram registradas na RPPN Corredeiras do Rio Itajaí em Itaiópolis (SC), planalto norte, em 14/10/2005. Portanto, só serão possíveis registrar imagens de taquaras florescidas novamente daqui a 31 ou 33 anos.

Após a floração, todos os colmos da taquara morreram e geram várias clareiras de tamanhos diferentes no interior das matas. Novas taquaras germinam nestas clareiras a partir das sementes esparramadas e inicia-se o novo ciclo desta planta.

Após a extração de uma árvore na Mata Atlântica a entrada de luz permite a taquara se propagar rapidamente e colonizar rapidamente esta área. Na região norte de Santa Catarina existem áreas onde houve corte seletivo de árvores (exploração madeireira) há mais de 80 anos que foram totalmente colonizadas por extensos taquarais, que tem grande importância ecológica. É o hábitat para muitas espécies de aves raras e ameaçadas de extinção.

Quando a taquara seca (ciclo de 31-33 anos) outras gramíneas crescem rapidamente e colonizam a área, como o capim-navalha (Rynchospora corymbosa).

Sobre a importância ecológica dos taquarais, o botânico Dr. Martin Molz, do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, escreveu o seguinte:

"Os taquarais nativos são importantíssimos para todo o ecossistema. Eles estão largamente espalhados em diversas formações florestais abertas e fechadas em toda a América do Sul. Existem aves migratórias especializadas em acompanhar os ciclos de frutificação das muitas espécies da subfamília ao longo do continente. Eles são muito importantes também para a dinâmica da vegetação, para várias de espécies de aves com elevada especificidade de habitat, mamíferos e outros grupos mais. E à medida que mais investigações forem realizadas no grupo, certamente surgirão muito mais informações sobre a importância do grupo nos ecossistemas em que estão inseridos. Hoje em dia mais ignoramos do que sabemos a respeito."