PALMITO ou PALMITO JUÇARA Euterpe edulis
Outros nomes populares: içara, juçara, jiçara, palmito-doce, palmiteiro e ripeira
Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Liliopsida Subclasse: Arecidae Superordem: Arecanae Ordem: Arecales Família: Arecaceae Subfamília: Arecoidae
Foto: Germano Woehl Junior Local: RPPN Santuário Rã-bugio – Guaramirim - Santa Catarina Data: 24/12/2012
AMEAÇADO DE EXTINÇÃO Está na lista oficial das espécies ameaçadas de extinção. Na lista vermelha da IUCN é classificada como EM PERIGO DE EXTINÇÃO
Características
Raízes O sistema radicular do palmito-juçara é do tipo fasciculado, com 58 por cento das raízes desenvolvidas nos primeiros vinte centímetros de profundidade. Nessa camada de maior fertilidade do solo, encontram-se as raízes mais finas, com geotropismo negativo, responsáveis pela absorção de água e nutrientes. Os outros 42 por cento distribuem-se nas demais camadas, sendo que, abaixo de um metro de profundidade, é encontrado apenas dois por cento, em peso, do total de raízes. Trata-se, em sua maioria, de raízes primárias, grossas, de geotropismo positivo e com poucas ramificações, responsáveis pela sustentação da palmeira.
Estipe O estipe, estipa ou espique (caule) é reto, cilíndrico, solitário, de cor gris claro, podendo alcançar até dezoito metros de altura e um diâmetro de quinze centímetros na idade adulta. Entre o término do tronco e a parte onde nascem as folhas, há uma bainha verde tubular de um 1,5 metros de comprimento, mais grossa que o tronco, formada pela base do conjunto de folhas e chamada capitel. Dentro dela, encontra-se o palmito, que possui elevada importância na alimentação humana.
Folhas As folhas são alternas, pinadas e em número de oito a quinze, compostas de 38 a 62 pares de folíolos, em geral dispostas em um único plano, raramente divergente, estando regularmente sub-opostas na raque e agrupadas em feixes, lanceoladas, caracteristicamente pêndulas.
Flores A inflorescência em forma de panícula é composta por uma raque central da qual parte com ramificações de primeira ordem chamadas de ráquilas, as quais sustentam as flores. Nelas estão dispostas flores unissexuadas, onde se encontra uma flor feminina no meio de duas flores masculinas, em geral para os primeiros ¾ da ráquila, sendo que o ¼ da extremidade final só apresenta flores masculinas apresentando protandria acentuada, em que a abertura de flores femininas ocorre em torno de sete dias após o final da floração masculina; pode-se também encontrar inflorescências que apresentem apenas flores masculinas.
Frutos O fruto é do tipo bacáceo, de um a 1,4 centímetros de diâmetro, composto por um mesocarpo pouco espesso, liso, cor violeta-escuro quando bem maduro, com aproximadamente dez por cento da massa fresca da baga de polpa.
Sementes A semente é quase esférica, parda-grisácea a parda-amarelada, envolta por uma cobertura fibrosa, com até dez milímetros de diâmetro. As sementes dessa espécie possuem endosperma muito abundante, com alto teor de reservas, as quais se constituem de carboidratos (88 por cento), proteínas (dez por cento) e lipídeos (dois por cento).
Mecanismo de dispersão de sementes A dispersão dos frutos e sementes é feita a curtas distâncias, ocorrendo predominantemente em um raio de cinco metros da planta mãe, ocasionando um acúmulo de sementes em pequenas áreas. Como consequência, a regeneração natural ocorre em manchas de alta densidade com até quatrocentas plântulas por metro quadrado, sendo a taxa de sobrevivência de plântulas baixa, em torno de 0,3 por cento; a longas distâncias, é realizada por vários mamíferos, entre os quais, morcegos, porcos-do-mato, serelepes e aves: sabiás (Turdus spp.), jacus, tucanos (família Ramphastidae), macucos, jacutingas. Aves grandes, como jacus, que engolem as sementes, são muito importantes porque dispersam as sementes a grandes distâncias da planta mãe. Os dispersores, principalmente vertebrados, apresentam um papel importante, pois, ao removerem a polpa que envolve a semente, podem estar aumentando a probabilidade de germinação das sementes.
Distribuição geográfica Ocorre na Mata Atlântica, nos estados brasileiros de Alagoas, Bahía, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe, Santa Catarina e São Paulo . Tem distribuição preferencial ao longo do litoral brasileiro, desde o sul da Bahia (15ºS) até o norte do Rio Grande do Sul (30°S). Ocorre também na Argentina (Provincia de Missiones) e no Paraguai, na Mata Atlântica de interior. |